Enfermeiro de São José de Espinharas que atuava no combate ao covid-19 morre em SP, com suspeita da doença
O enfermeiro paraibano Idalgo Moura, de 45 anos, que atuava na linha de combate ao covid-19 no Hospital Municipal de Tatuapé, em São Paulo, morreu na noite dessa terça-feira (31), possivelmente após contrair a doença. De acordo com a irmã dele, a jornalista Mafalda Moura, Idalgo chegou a tomar cloroquina, remédio que tem sido apontado como possível tratamento para a doença causada pelo novo coronavírus, mas não resistiu.
Mafalda Moura contou, em entrevista a rádio Jovem Pan, que Idalgo estava internado no próprio hospital em que trabalhava desde o dia 21 de março. Ele contou à família que se sentiu muito sonolento e chegou a dormir por 24 horas após um plantão. No dia seguinte, que foi o dia 21, ele foi trabalhar ainda sonolento e sem conseguir se alimentar, pois se sentia enjoado. No trabalho, a indisposição piorou e ele foi posto em observação. Em questão de horas, Idalgo já estava entubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O pulmão parou de responder, assim como o rim, que parou. Mafalda contou que os médicos tentaram hemodiálise, mas não foi possível, pois Idalgo estava muito fraco. Os médicos chegaram a tentar o tratamento com cloroquina, mas não deu certo. A família foi informada do falecimento às 22h dessa terça-feira (31). O enfermeiro era natural de São José de Espinharas, no Sertão paraibano, mas há anos morava em São Paulo.
A luta da família agora é para que ele tenha um sepultamento digno, já que não é possível realizar velório. Mafalda contou que um irmão dela está em São Paulo tentando vencer a burocracia para autorizar a cremação do corpo e trazer as cinzas de volta para a Paraíba.
Demora – Apesar de todos os sintomas e cerca de dez dias de internação na UTI, o resultado do exame de covid-19 de Idalgo Moura ainda não saiu. Mafalda Moura acredita que os laboratório de São Paulo estão sobrecarregados e afirmou que 12 pessoas morreram no hospital em que o irmão estava, com os mesmos sintomas, mas nenhumas delas tem exame. “Os números podem ser muito maiores do que a gente sabe”, comentou.
CLickPB