Patos celebra 121 anos de elevação à categoria de cidade
Com mais de 100 mil habitantes, o município de Patos, no Sertão do Estado, completa, hoje, 121 anos de elevação à categoria de cidade num contexto de crescimento como referência por ser uma localidade integrada, universitária, comercial e polo calçadista.
A cidade que surgiu de uma lagoa que ficava situada bem próxima ao Rio Espinharas que, atualmente contorna a cidade e se tornou a quarta cidade mais populosa do estado com uma população de 103.165 pessoas no Censo de 2022, o que representa um aumento de 2,45% em comparação com o Censo de 2010.
A “Capital do Sertão”, título recebido através da Lei Estadual nº 12.418, de 14 de outubro de 2022, também é considerada uma das mais importantes cidades do Sertão do Nordeste, por se apresentar como um polo comercial que abrange mais de 70 municípios do interior da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.
Origens na expansão pecuária no século 17
A história de Patos começou em meados do século 17, quando os Oliveira Ledo, partindo da Casa da Torre de Garcia D’Ávila, no recôncavo baiano, desceram o Rio São Francisco e chegaram ao lugar chamado Itatiunga (Pedra Branca) e instalaram as suas primeiras fazendas de gado. Entrando, na nova terra descoberta já habitava duas tribos indígenas, os Pegas e Panatis. Após várias batalhas os nativos foram obrigados a abandonar a região, à medida que seus domínios eram conquistados pelos brancos. Depois das fazendas de gado fundadas por Oliveira Ledo, outras foram sendo formadas por colonizadores portugueses, que se estabeleceram com escravizados.
Em 1772, os precursores da cidade rezaram uma missa campal onde foi construída, depois, a capela de Nossa Senhora da Guia – atual Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
“Patos nasceu da fé e da religiosidade do seu povo, tanto é que os seus fundadores, Paulo Mendes do Figueiredo e João Gomes de Melo, doaram partes de suas terras dos sítios Patos e Pedra Branca para a construção de uma ermida (pequena igreja) dedicada à Nossa Senhora da Guia. Pouco a pouco, foi se notando que a igreja Matriz ia se tornando muito pequena para abrigar os muitos fiéis que frequentavam assiduamente o templo sagrado. Com o passar dos tempos foi construída outra igreja mais ampla e em outro local da cidade, no mesmo local onde hoje se encontra a atual Catedral de Nossa Senhora da Guia. E, a igreja antiga foi dedicada à Nossa Senhora da Conceição”, explicou o historiador José Romildo de Sousa.
No dia 24 de outubro de 1903, a Vila de Patos foi elevada à condição de cidade graças à Lei n° 200, que foi sancionada pelo Presidente do Estado da Paraíba, desembargador José Peregrino de Araújo, passando a ser chamada apenas de Patos.
Atualmente, a cidade ocupa uma área de 508,7 km2, com uma altitude de 245 metros acima do nível do mar, possuindo o Distrito de Santa Gertrudes interligado à cidade.
Comparada ao do Deserto do Saara, na África, pela presença de clima Semiárido e quente, com temperaturas elevadas, baixos índices pluviométricos, baixa umidade relativa do ar e vento quente que sopra inesperado e sem aviso, características iguais ao clima desértico. Ao longo do ano, ela apresenta uma amplitude térmica que varia em torno de 19 a 38 graus, podendo chegar a 41 graus nos longos períodos secos durante o dia e raramente inferior a 20 graus no período da noite, este perfil climatológico serviu para dar à cidade o título de “A Morada do Sol”.
Em meio à vegetação acinzentada e um relevo ondulado, aparecem nove corpos graníticos são os monólitos ou inselbergs: Moro do Carioca, Serra Negra das Onças, Serrote da Lagoa, Serrote da Pia, Serrote Espinho Branco, Serrote Farinha dos Gatos 1, Serrote Farinha dos Gatos 2, Serrote Pedro Agostinho e Serrote Trapiá, que pela sua formação, seja de forma solitário ou em grupo, parece abraçar a cidade de Patos.
Essas elevações são ricas em biodiversidade, com uma composição que chama atenção por juntar variadas formações plantas nativa e algumas espécies exóticas. Perfeitamente adaptadas ao clima quente e seco. Algumas conseguem armazenar água e passar pela época de estiagem ainda verde, como é o caso do mandacaru.
Com relação ao abastecimento d’água, o primeiro marco do município, após o pioneirismo das cacimbas e o transporte do líquido precioso através dos lombos animais, é o Açude do Jatobá e a Barragem da Farinha. A cidade também é servida pela Barragem de Capoeira (no município de Santa Terezinha) e pelo complexo formado pelos açudes Açude Coremas Mãe D’Água. Há ainda, o Açude Mocambo e dezenas de poços tubulares que garantem o abastecimento da população.
Na área educacional, a cidade além de inúmeros estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, possuiu quatro instituições de nível superior: a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), a Universidade Estadual da Paraíba e o Centro Universitário de Patos (Unifip), sendo esse privado.
Entre os principais pontos turísticos da cidade podemos destacar o Parque Cruz da Menina, Fundação Ernani Sátiro, Matriz de Nossa Senhora da Guia, Centro Cultural Amaury de Carvalho e o Terreiro do Forró no período das festas juninas.
Por Lusângela Azevêdo/Jornal A União (2023)